Atualidades CientíficasBiologia CelularCuriosidades

“CRISPR: A revolução da edição genética e suas aplicações”

CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) é uma técnica de edição de genes que permite a modificação precisa do DNA em células vivas. É um sistema imunológico natural encontrado em bactérias, que lhes permite identificar e destruir invasores virais. Os cientistas descobriram como usar essa ferramenta biológica para editar genes em outros organismos, incluindo plantas, animais e humanos.

A técnica CRISPR funciona por meio de uma enzima chamada Cas9, que corta o DNA em locais específicos. Os cientistas usam um RNA guia para levar a enzima até o local exato do DNA que desejam editar. Uma vez lá, a enzima corta o DNA e os pesquisadores podem então inserir, remover ou alterar genes. Essa técnica tem o potencial de curar doenças genéticas, como a fibrose cística e a doença de Huntington, além de outras aplicações em áreas como agricultura e conservação de espécies ameaçadas. No entanto, a edição do genoma humano ainda é controversa e levanta preocupações éticas e de segurança.

Como foi descoberto o CRISPR?

A descoberta do CRISPR ocorreu em 1987, quando pesquisadores observaram sequências de DNA estranhas e repetidas em bactérias. No entanto, demorou muitos anos para que os cientistas entendessem a função dessas sequências. Em 2005, a equipe de pesquisadores liderada por Jennifer Doudna, da Universidade da Califórnia, Berkeley, e Emmanuelle Charpentier, do Instituto Max Planck de Biologia de Infecções, descobriu que o CRISPR era uma parte importante do sistema imunológico das bactérias. Eles descobriram que as sequências de DNA estranhas eram na verdade fragmentos do DNA de vírus invasores que as bactérias haviam “memorizado” para combater futuras infecções.

Em seguida, Doudna e Charpentier desenvolveram a técnica CRISPR-Cas9, que permitiu a edição do genoma em células vivas. Eles descobriram que poderiam usar o RNA guia para levar a enzima Cas9 a cortar o DNA em locais específicos, o que permitiu que eles inserissem, removessem ou alterassem genes. Essa descoberta revolucionou a biologia molecular e teve um enorme impacto em áreas como a medicina, a agricultura e a biotecnologia. Em reconhecimento a essa descoberta, Doudna e Charpentier receberam o Prêmio Nobel de Química em 2020.

Em que pode ser usado o CRISPR?

O CRISPR é uma técnica poderosa de edição de genes que tem inúmeras aplicações em diferentes áreas, incluindo medicina, agricultura e biotecnologia. Aqui estão alguns exemplos de como o CRISPR pode ser usado:

  1. Terapia genética: O CRISPR pode ser usado para tratar doenças genéticas ao corrigir mutações no DNA que causam essas doenças. Por exemplo, o CRISPR pode ser usado para curar a anemia falciforme, uma doença hereditária que causa anemia, dor e problemas de saúde.
  2. Criação de animais e plantas geneticamente modificados: O CRISPR pode ser usado para criar plantas e animais que são mais resistentes a doenças, mais nutritivos ou que crescem mais rapidamente. Isso pode ajudar a melhorar a produção de alimentos em todo o mundo.
  3. Controle de pragas: O CRISPR pode ser usado para controlar pragas e doenças que afetam plantas e animais. Por exemplo, os cientistas podem usar o CRISPR para criar mosquitos que são resistentes à malária ou para impedir a disseminação de doenças infecciosas entre animais.
  4. Conservação de espécies ameaçadas: O CRISPR pode ser usado para preservar espécies ameaçadas, reintroduzindo genes importantes em populações que foram afetadas pela perda de habitat ou pela caça excessiva.

Embora o CRISPR ofereça muitas possibilidades emocionantes, ainda há preocupações éticas e de segurança que precisam ser abordadas antes que essa tecnologia possa ser amplamente utilizada.

 

 

[WooZoneProducts asin=”amz-8527732378,amz-8527731819,amz-858271422X,amz-8543005655,amz-8582713533,amz-8527720787″][/WooZoneProducts]

 

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios