“Apoptose: a morte celular programada”
Afinal, células morrem?
Durante a apoptose, as células sofrem uma série de mudanças morfológicas e bioquímicas, como a fragmentação do DNA, a contração celular e a formação de corpos apoptóticos. Essas mudanças resultam em uma redução progressiva do tamanho e do volume da célula, sem causar ruptura da membrana celular.
A apoptose é desencadeada por uma variedade de sinais extracelulares e intracelulares, incluindo danos no DNA, estresse celular, desequilíbrios hormonais e ação de agentes externos como drogas e radiação. A ativação desses sinais leva à ativação de uma cascata de eventos moleculares que culmina na ativação de proteases, as quais destroem a célula em processo de apoptose.
A apoptose é importante em muitos processos biológicos, como a embriogênese, a formação de tecidos, a regeneração e a resposta imune. A disfunção da apoptose pode levar a doenças, como câncer, doenças autoimunes e neurodegenerativas.
Em resumo, a apoptose é um processo biológico natural e importante, responsável pela morte celular programada em organismos multicelulares.
Qual a relação entre apoptose e o Câncer?
A apoptose tem um papel crucial na prevenção do câncer. Durante o desenvolvimento normal dos tecidos, as células que sofrem danos no DNA ou se tornam disfuncionais ou desreguladas são eliminadas através da apoptose. Isso evita que as células danificadas ou mutantes se acumulem e formem tumores.
No entanto, as células cancerosas frequentemente adquirem mutações que alteram ou inibem a via apoptótica, permitindo que essas células sobrevivam e se proliferem de forma descontrolada. Isso significa que as células cancerosas não sofrem apoptose de forma eficaz, o que leva ao acúmulo de células anormais e à formação de tumores.
As mutações em genes-chave que regulam a apoptose são comuns em muitos tipos de câncer. Por exemplo, mutações no gene TP53, que é responsável pela regulação da apoptose, ocorrem em mais de 50% dos tumores humanos. Além disso, a inibição da apoptose também é um mecanismo pelo qual muitas células cancerosas se tornam resistentes a tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia.
Portanto, a capacidade das células cancerosas de evitar a apoptose é uma das principais razões pelas quais o câncer pode ser difícil de tratar e curar. A compreensão dos mecanismos moleculares da apoptose pode ajudar no desenvolvimento de novas terapias anticancerígenas que visam restaurar a via apoptótica em células tumorais.