Adoçante Artificial Comum causa danos ao DNA e Efeitos Adversos

Adoçante Artificial Comum causa danos ao DNA e Efeitos Adversos

 

Moléculas geradas dentro de nossas células (metabólitos) a partir de
adoçante artificial quebra o DNA

Cientistas da North Carolina State University descobriram que um composto químico
produzido pela digestão de um adoçante artificial comum causa danos ao DNA.

A pesquisa foi publicada no Journal of Toxicology and Environmental Health, Parte B.
Tradução livre: JRC

Um crescente número de trabalhos vem demonstrando os efeitos adversos dos
adoçantes artificiais

As advertências sobre o impacto do consumo de açúcar na saúde levaram muitas
pessoas a substituí-lo em suas dietas por alternativas de adoçantes artificiais de baixa
caloria, também conhecidos como adoçantes sem açúcar (NSSs). No entanto, um
número crescente de estudos na literatura científica sugere que pode haver um custo por
trás dessa troca aparentemente “saudável”.

Trabalhos recentes sobre adoçantes artificiais

Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma novo guia sobre o uso
de adoçantes sem açúcar (NSS), na qual recomenda que não sejam usados para
controlar o peso corporal ou reduzir o risco de doenças não transmissíveis (DCNT ).  Alguns dias depois, pesquisadores do Instituto de Biologia de Sistemas Alimentares da Universidade Técnica de Munique publicaram novos dados demonstrando que mesmo uma ingestão “média” de NSS pode afetar as células imunológicas no sangue. Um estudo de 2022 com mais de 100.000 adultos sugeriu que os adoçantes artifial
associados a um risco aumentado de câncer.

Uma equipe de pesquisadores liderada pela Dra. Susan Schiffman, professora adjunta do
departamento conjunto de engenharia biomédica da North Carolina State University e da
University of North Carolina em Chapel Hill, publicou novos dados demonstrando que
uma substância química formada quando metabolizamos um adoçante comumente
usado – sucralose – é genotóxica.

Sucralose-6-acetato quebra as fitas de DNA

Pesquisas anteriores de Schiffman e colegas identificaram que, quando a sucralose é
ingerida em ratos, vários compostos lipossolúveis são produzidos no intestino, incluindo
a sucralose-6-acetato.

A equipe estava preocupada, pois os compostos que se
dissolvem facilmente na gordura têm maior probabilidade de “permanecer” no corpo.
Isso contradiz os resultados relatados de estudos que foram apresentados para obter
aprovações regulatórias para a sucralose, que alegavam que ela não era decomposta no
corpo.

O novo estudo envolveu uma série de experimentos em que células sanguíneas humanas
que foram expostas a sucralose-6-acetato para avaliar a presença de marcadores de
genotoxicidade usando uma ferramenta de triagem de alto rendimento.

O novo trabalho de Schiffman estabelece que a sucralose-6-acetato é genotóxica. Os
resultados deste trabalho sugerem que o mecanismo pelo qual esta genotoxicidade
ocorre é através da produção de quebras na cadeia de DNA.

A equipe também realizou testes expondo o tecido intestinal ao composto. Estudos
complementares da mesma equipe, levaram a descoberta de que a sucralose pode afetar
adversamente a saúde intestinal. Neste experimento, o tecidos epiteliais do intestino (que
é o tecido que reveste a parede do intestino) foi exposto a sucralose e o sucralose-6-
acetato.

Os resultados foi que ambos os produtos químicos provocam aumento da
permeabilidade intestinal. Basicamente, eles tornam a parede do intestino mais
permeável. Os produtos químicos danificam as proteínas que participam da adesão entre
as células da parede intestinal se conectam umas às outras”.

Quando ocorre o aumento da permeabilidade intestinal, as moléculas que normalmente
seriam excretadas do corpo “vazam” do intestino e são absorvidas na corrente
sanguínea.

Os pesquisadores usaram o sequenciamento de RNA para analisar como o tecido
intestinal humano estaria reagindo após a exposição à sucralose-6-acetato.

Eles encontraram uma produção significativamente aumentada de proteínas associadas à
inflamação, estresse oxidativo e câncer.
Revisão do status regulatório da sucralose

O que significa genotóxico?

Agentes genotóxicos podem causar direta ou indiretamente danos ao DNA. Isso ocorre
porque estes agentes afetam negativamente as enzimas que são essenciais para os
processos de manutenção do DNA.

Schiffman e seus colegas puderam detectar vestígios de sucralose-6-acetato
diretamente na sucralose comercial. Isso sugere que o composto pode estar no próprio
produto, em vez de simplesmente ser produzido por meio do seu processamento dentro
do organismo.

“Este trabalho levanta uma série de preocupações sobre os potenciais
efeitos na saúde associados à sucralose e seus metabólitos”, diz Schiffman.

“É hora de revisitar a segurança e o status regulatório da sucralose, porque há evidências
crescentes de que ela traz riscos significativos a saúde. No mínimo, encorajo as pessoas
a evitar produtos que contenham sucralose.

Sendo assim, Sucralose é uma substância que você não deveria consumir.

Fonte: Artigo originalmente publicado por Molly Campbell, Senior Science Writer, 1 jun
2023, em Technology Networks Biopharma.

Tradução livre por JRC.

Referência bibliográfica:
Schiffman SS, Scholl EH, Furey TS, Nagle HT. Toxicological and pharmacokinetic
properties of sucralose-6-acetate and its parent sucralose: in vitro screening assays. J
Toxicol Environ Health Part B. 2023:1-35. doi: 10.1080/10937404.2023.2213903